Há 50 anos, durante as missões do projeto Apollo que levou humanos à Lua, amostras do solo lunar fora trazidas para a terra. A finalidade dessas amostras seria a de realizar variados testes e análises com este solo, já que pouco se sabia sobre ele na época. Mesmo hoje, algumas questões perduram sobre suas propriedades, e uma delas foi respondida recentemente quando cientistas realizaram um experimento de cultivo de plantas nessas amostras.
O projeto foi realizado por cientistas do Instituto de Ciências Agrícolas e Alimentares da Universidade da Flórida. Nele, sementes de agirão thale (Arabidopsis thaliana), que são conhecidos por crescerem rapidamente, foram colocadas em diversas amostras de regolito (como é chamado o solo da Lua) coletadas ao longo do Projeto Apollo. O objetivo era descobrir se seria possível o cultivo de alimentos vegetais para astronautas que ficariam longos períodos de tempo na Lua em futuras missões.
Esse tipo de planta foi utilizado não somente por conta de sua rapidez de crescimento, como também por ter seu código genético completamente mapeado por cientistas. Esta característica é atrativa para os pesquisadores pois auxilia a identificar como o solo extraterrestre afetou a estrutura genética das plantas ao longo do seu desenvolvimento.
Os cientistas separaram diferentes potes com amostras de regolito, todos de 3 missões diferentes do projeto Apollo. O motivo disso era testar o crescimento em amostras de solo lunar de distintos lugares da Lua, pois cada região poderia afetar o processo de maneiras diferentes, o que seria outro ponto interessante de ser estudado.
A Lua é um lugar muito seco, seu solo é particularmente difícil de se lidar quando se trata do cultivo de plantas que já estão acostumadas com as condições do planeta Terra. Apesar do regolito não ter patógenos ou qualquer substância nociva à plantas, os minerais presentes nele não são absorvidos facilmente por elas. Portanto, os cientistas precisaram adicionar água e nutrientes para ajudar na germinação das sementes.
Ao estudar as plantas cuidadosamente, foram notadas algumas diferenças no processo de crescimento nas diferentes amostras coletadas. Também, haviam alguns sinais em suas estruturas que mostravam estresse e esforço para se manterem vivas e crescendo. A conclusão foi de que é possível crescer plantas em regolito, mas que elas precisam de muito mais persistência para permanecerem saudáveis.