Comissão de ética da ALESP aprova processo de cassação de mandato do deputado estadual Arthur do Val
Nesta tarde de terça-feira (12), a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, votou a favor do processo de cassação do mandato do deputado estadual Arthur Do Val.
O parlamentar, conhecido como "Mamãe Falei", fez uma viagem à Ucrânia e teve áudios vazados, nos quais ele dizia que as ucranianas "são fáceis porque são pobres", entre outras afirmações consideradas preconceituosas, além disso, em áudio gravado, ele chegou a comparar a fila das refugiadas ucranianas a uma fila de balada de São Paulo.
Essa atitude foi vista pelo relator do processo, deputado estadual, Delegado Olim (PP), como quebra de decoro parlamentar.
Na audiência, os nove deputados que tinham direito a voto, foram favoráveis a ação. A reunião foi marcada por discursos acalorados, protestos de militantes do MBL(Movimento Brasil Livre, do qual Arthur faz parte) e um vídeo do depoimento de uma ucraniana.
O deputado estadual Emídio de Souza (PT) disse "Se ele entrasse na vida de cada uma delas sob aquele frio de 20° abaixo de zero, muitas sem agasalho, sem calçado, tinham deixado tudo para trás, tinham deixado o filho para lutar na guerra, o marido de menos de sessenta anos ou o pai para lutar na guerra, estavam ali sem comida, sem futuro, e sem perspectiva, para aquelas que precisavam de abraço, o deputado ofereceu zombaria."
O deputado Douglas Garcia (Republicanos) discursou sobre a irresponsabilidade do deputado Arthur Do Val, considerou suas falas como "nojentas e asquerosas" e ainda ressaltou as complicações diplomáticas que o fato poderia trazer para o Brasil, que se mantém neutro em relação à guerra.
A deputada Mônica Seixas entregou seu tempo de discurso a um grupo de ucranianas que estavam presentes na assembleia. Foi apresentado um vídeo onde uma ucraniana fala em português as dificuldades que as mulheres tem enfrentado na Ucrânia e os horrores da guerra .
O deputado Arthur Do Val teve tempo para se defender "Houve erro, eu quero pedir desculpas aqui, principalmente às mulheres ucranianas que estão aqui, e às pessoas que verdadeiramente se ofenderam com meus áudios." e ainda declarou "A verdade é que todos aqui me odeiam." Ele disse ainda que só estava sendo atacado por não ter nenhum 'guarda-chuva' político, "por ser contrário tanto ao Bolsonaro, quanto ao Lula ", e chamou todos os presentes de "escravos".
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O processo segue para votação em Plenário em forma de projeto de lei. A perda de mandato só acontecerá, de fato, se dos 94 deputados estaduais, a maioria votarem a favor do projeto.