Analfabetismo cresce durante a pandemia

 A faixa etária mais preocupante é a de crianças entre seis a sete anos de idade. O percentual cresceu em 66,3% entre 2019 a 2021, segundo a ONG Todos Pela Educação.

 

(Foto: Reprodução/Associação Aquarela)


Se antes a alfabetização infantil tinha seu grau de preocupação, no período de aulas remotas o problema se agravou. O levantamento feito pelo IBGE mostra que, ao todo, 2,4 milhões de crianças brasileiras não estão alfabetizadas nesta faixa etária. 


A falta da alfabetização nesta faixa etária acaba por afetar o desenvolvimento educacional da criança, dando como consequência a dificuldade educacional e social. É ainda no primeiro ano do ensino fundamental que os estudantes passam a frequentar outras rodas sociais além do que lhe é familiar. 


A Todos Pela Educação diz que a piora no período de pandemia, no qual as aulas se tornaram remotas, se deve a péssima qualidade de ensino remoto e também desigualdade social e étnica. 


Fonte: IBGE/Pnad Contínua. Elaboração: Todos Pela Educação.



Ao todo, 47,4% das crianças pretas não estão plenamente alfabetizadas; entre as pardas o índice é 44,5%. Já entre crianças brancas, o número atual é de 35,1%


A ONG lançou ainda no começo do ano uma nota técnica chamada IMPACTOS DA PANDEMIA NA ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS, apontando a gravidade dessas estatísticas em conjunto aos dados do censo feito pelo IBGE no mesmo período.


Em nota para a imprensa: "Os efeitos são graves e profundos, então não serão superados com ações pontuais. As Secretarias de Educação precisam oferecer um apoio muito bem estruturado à gestão escolar e aos professores, que já estão com imensos desafios”, destacou o líder de políticas educacionais da Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa.


Gabriel Corrêa também afirma que “Devem ter papel central, oferecendo apoio técnico e financeiro às Prefeituras, fortalecendo o regime de colaboração. A tragédia na alfabetização não pode ficar invisível. É fundamental que esse tema ganhe a devida prioridade na agenda dos nossos governantes”.


Atualmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem como prioridade pedagógica a alfabetização no primeiro ensino fundamental.